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Filarmônica Antoninense A Filarmônica é a cidade mais Feliz
Filarmônica Antoninense

A Filarmônica é a cidade mais Feliz

Estive em Antonina para conhecer os conjuntos de samba da cidade e ver também a Banda Musical Filarmônica Antoninense. Saindo de Curitiba, a fina garoa no caminho me advertia sobre o clima na cidade litorânea. Telefonei para o violonista Ismael, que me preocupou ao confirmar que estava igual em Antonina e que se chovesse “não tem choro”. Apesar disso o avisei que iria de qualquer jeito, para satisfazer minha tamanha ansiedade de tocar também. Em menos de uma hora chequei à Praça da Carioca. Estavam na calçada da casa do Onamar de Castro, ele e sua simpática esposa dona Nininha. Onamar é empresário, canarinho percussionista do grupo.

Esperamos por cerca de meia hora, período em que os transeuntes passavam e perguntavam: vai ter samba? O Ismael e o casal do violão vendo que a chuvinha não parava se recolheram, e por falta de sorte a natureza não colaborou para que houvesse música.


Fui ao teatro, e para minha surpresa encontrei o secretário Robinson Luíz Marcianiaki que é flautista, compositor e professor de teoria musical. Muito gentil, depressa já me encaminhou ao ensaio da banda, onde o presidente José Carlos Couto exibiu-me sua imponente sede, suas medalhas e troféus conquistados. O maestro Almir França de Oliveira dava os últimos retoques para o desfile que seria seguido da magistral apresentação no teatro da cidade.


Pelas ruas da cidade o povo orgulhosamente acompanhava a majestosa banda ao som da marcha Radetzky, que de tão bem executada animava a todos; ainda mais porque, a esta altura, a chuvinha já havia parado. E o povo tomava o caminho do teatro com a banda. Era o aviso: a Filarmônica vai se apresentar. A marcha na rua dava o tom do que seria no teatro. No trajeto, notei que havia em muitas casas placas personalizadas contendo o nome da música que cada morador, a seu gosto, tinha como preferência para ouvir nas serenatas que se sucedem pelos dois grupos musicais da cidade: Amigos da Carioca e Canto do Mar. Ambas se apresentam com repertório e trajes genuínos dos anos 50.


A Filarmônica Antoninense produziu um maravilhoso cd com o título Filarmônica Orquestra Show, contendo edições ao estilo das big-bands, mas também sucessos nacionais como “Jura”, “Gosto que me enrosco”, “Dorinha meu amor”, “Saudosa Maloca”, “Trem da onze”, um tributo ao Tim Maia com “Azul da cor do mar” e completando com “Carinhoso” de Pixinguinha.
O cd possui também dois mambos com a forte marca rítmica latina que esta banda tão bem soube registrar, como pude assistir ao vivo naquele sábado inesquecível.
O início da apresentação aconteceu com o solene “O senhor dos anéis”. Depois foram executados diversos ritmos com pujantes e afinados solos de naipes dos metais que se alternavam.


Parabéns maestro Almir França de Oliveira. Parabéns pela qualidade que, na presença de seus naipes ainda muito jovens, demonstraram que uma cidade como Antonina pode ser tão moderna e contemporânea.
Que seus músicos e diretores, juntamente com este maestro, carreguem a certeza deste significativo trabalho e que obtenham o sucesso que deveriam ter em toda e qualquer parte de nosso mundo musical.


A singela interação da banda com a platéia está expressa na afirmação feita em bom tom pelo maestro naqueles vibrantes momentos: “A Filarmônica está no palco”. Era o recado do orgulho: Nós temos uma soberba Filarmônica.
Parabéns Antonina! Parabéns Paraná!


O Brasil precisa ouvir e reconhecer com urgência este trabalho desta valorosa Antonina musical, porque a Filarmônica é a cidade mais feliz.

Rogério Pfützenreuter
Antonina (Sábado) 28 de Fevereiro de 2009.

Seviço:
1. Tem choro todos os sábados às 19 horas na Praça da Carioca com “Os Amigos da Carioca”, e no primeiro sábado de cada mês o Grupo “Canto do Mar” prolonga a seresta partindo da mesmo largo circulando pelas ruas históricas de Antonina.
2. Estamos enviando a Filarmônica cópia de requerimento e instruções para registro de musicas na Escola da UFRJ. Este projeto se propõe a ser útil e de forma gratuita, promovendo a troca de experiências mediante ao aprimoramento teórico e musical que a contemporaneidade exige, e também desenvolver pesquisas e novos conhecimentos de importantes experiências como foi a exemplo na vida deste humilde e apaixonado músico e sopro de metais de outrora Vadico de Orleans.

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