Família - Otto Pfützenreuter
Vida Social Herança musical familiar Filhos de Otto Pfützenreuter Paulo Pfützenreuter
Emilia Pfützenreuter Quarezemin Osvaldo Pfützenreuter (Vadico) Rui Pfützenreuter - 1963 Rudney Otto Pfützenreuter
Família - Otto Pfützenreuter Carta resposta de Rui ao Avô Otto Olivio de Lorenzi Cancelier - Recordando o passado Neto de Vadico lança livro
Falecimento de Alexandre Ibrahim Direne, genro de Vadico
Vida Social

Herança musical familiar

Filhos de Otto Pfützenreuter

Paulo Pfützenreuter
Osvaldo Pfützenreuter (Vadico)
Carmen Pfützenreuter Alberton
Nelly Pfützenreuter
Emília Pfützenreuter Quarezemin
Oscar Pfützenreuter
Rute Pfützenreuter Teixeira

Paulo Pfützenreuter

Filho primogênito de Otto Pfützenreuter e Hermelina Minatti Pfützenreuter, nasceu em Orleans aos 09 de outubro de 1911. Em 02 de julho de 1935, noivou com a srta.Orlinda da Silva Cascaes, filha de Antonio da Silva Cascaes e Alexandrina Correia Cascaes, nascida em Orléans aos 26 de novembro de 1914. Casando-se no dia 23 de maio de 1936. O casamento civil se deu na casa dos pais do noivo, às 15 hs, sendo Gercino de Souza Siqueira, Juiz de Paz e Escrivão Emone Mattei. Foram testemunhas: Manoel Bertoncini e Otília Pizzolatti Bertoncini. Antonio da Silva Cascaes Júnior e Maria Alberton Cascaes. Antonio Francisco da Silva e Judith Santiago Silva. Osvaldo Pfützenreuter,José da Silva Cascaes, João Carvalho, Manoel Pizzolatti, Paulo Michels e Adélia Angulski. Dessa união nasceram seis filhos – Paulo Etewaldo, Maria Ester, Otto, Maria Zélia, Maria Lúcia e Antonio. Freqüentou a escola primária de sua terra, concluindo o curso, hoje equivalente ao segundo grau, no Colégio São Ludgero, sob o regime de internato, oportunidade em que desenvolveu o idioma alemão, falando e escrevendo gramaticalmente.

Ao violão, Paulo, junto com os irmãos Osvaldo, mais conhecido por Vadico e Nelly ambos ao violino e Emília ao bandolim, compunham o conjunto musical “Irmãos Pfützenreuter”, que além de brindar a sociedade orleanense com belíssimas melodias, abrilhantavam as sessões do antigo cinema Natal, de Luiz Verani, ao tempo do cinema mudo. Mas adiante passaram a se apresentar em shows e na Rádio Guarujá.

Na mocidade foi auxiliar do cartório de Registro Civil, quando oficial era Antonio da Silva Cascaes. Trabalhou na Pharmácia Costinha, do famoso farmacêutico José Antunes Mattos. Em 1937 foi nomeado contador da Prefeitura Municipal de Orléans, dedicando-se por mais de trinta anos, até aposentadoria. Inativo no serviço público, assumiu o comando da Relojoria Pfützenreuter, empresa individual de sua esposa Orlinda, primeira loja, no gênero, na cidade. Homem de muitos amigos. Corretíssimo e atencioso com gente de qualquer classe social. Admirador de pessoas inteligentes e sábias com quem gostava de se relacionar, mas que falar, para ouvir e aprender.

Amante da natureza. Sempre envolvido com flora e fauna. Gostava de ler a respeito e fazer uso de ervas medicinais. Desde sua infância os pássaros foram seu encanto. O apego às coisas da natureza cresceu com ele. Praticava a caça preservacionista na busca de pássaros para os seus viveiros e gaiolas. Entusiasmava-se no contato com a floresta. Profundo conhecedor da fauna, mantinha incessante contato com bibliografia especializada na vida, comportamento e costume das aves.

Catorzista “de capa e espada”, filiado ao Clube 14 de Julho, vibrava à época da rivalidade carnavalesca entoando o contagiante hino do clube. Seus pais fizeram parte do quadro fundadores da sociedade recreativa em 14 de julho de 1927.

Gostava muito de cinema, tanto que freqüentava o cine Luiz Verani, diariamente, a ponto de abonar os ingressos mensalmente.

Os últimos anos de sua vida foram marcados pela revolta com a destruição das florestas e extinção da fauna. Perpetuou a idéia de preservação da natureza, tanto que o Grupo Ecológico Curupira, organização voltada à preservação do meio ambiente, outorgou-lhe o sugestivo e justo título de “Cacique Eterno.” Às 23 horas, de 05 de dezembro de 1974, faleceu por infarto agudo do miocárdio. Entrementes, não morrem jamais aqueles que cultivaram sementes geradoras de flores e frutos do bem servir à vida na sua plenitude.

Luiz Néri Pacheco dos Reis - Genro de Paulo Pfutzenreuter

Emilia Pfützenreuter Quarezemin

Osvaldo Pfützenreuter (Vadico)

Rudney Otto Pfützenreuter
Rui Oswaldo Aguiar Pfützenreuter
Roseris Maria Pfützenreuter Tavares
Reinaldo Jose Pfützenreuter
Roberto Oscar Pfützenreuter
Rogerio Pfützenreuter
Regina Celia Pfützenreuter Direne

Rui Pfützenreuter - 1963

O dia dedicado ao maestro foi comemorado paralelamente às manifestações do 51º aniversário de fundação da SOCIEDADE MUSICAL ESTRELA DO ORIENTE. E, como a data inspirava, atribuições honrosas se polarizaram em torno do egrégio comandante da filarmônica, daquele a quem se deve o peso da responsabilidade de tão sublime arte: JOSÉ EVARISTO NUNES.

As insígnias aos componentes da Banda, músicos e diretoria, entregues na celebração de sua efemeridade, foram acompanhadas de demonstrações das qualidades, virtuosidades e possibilidades dos nossos artífices da música, que sensibilizaram o povo orleanense nas retretas, executadas em ruas, na praça pública e no União Orleanense.

Se a sociedade existe e continua na trilha dos nossos inesquecíveis músicos, mantendo uma tradição quase milenar, muito se deve aos seus componentes e diretoria. Aos novos, aos calouros da banda, que começaram a aprender os primeiros sons, a escala do dó ao si, o alfabeto musical. Estudar depois da infância, quando o tempo é escasso, as preocupações e os problemas caseiros exigindo responsabilidade e preocupação é, pois, bem compreensível os fatores negativos e comprometimentos que dificultam o estudo deste tipo maravilhoso de arte.

Mas, os músicos se libertaram das dificuldades, das primeiras gatinhadas, e foram aprovados nas suas especialidades. A Banda já é um conjunto de mestres, intérpretes das músicas mais profundas, desde a popular até a erudita, o que comprova o sucesso garantido pelo ensaio e pela perseverança.

Por outro lado, se compreendemos o trabalho espinhoso dos alunos, que se formam com rapidez impressionante, naturalmente concluiremos o papel do professor. Se bem que nas aparências, para o leigo em música, o regente tem uma missão simples: gesticula, apita, diz alguma coisa na frente dos intérpretes, tal qual chimpanzé a imitar as tonalidades.

Se isso ocorresse, em realidade, desapareceria a ação do maestro, resumido numa posição ridícula.

Não. Ali defronte seus subordinados o regente manda, realiza a orquestração dos instrumentos.

Mas, como resultado de uma série de persistentes ensaios. Porém, a pior parte de uma banda, e que é reservada ao regente, é a fase do treino individual, em que ele além de demonstrar todas as particularidades da instrumentação terá que acompanhar o progresso do iniciado, podando e polindo os seus defeitos e as suas melhoras.

Aí, nessa docência pessoal, verificamos as potencialidades do maestro.

Agora, depois de desenvolvido o trabalho e a responsabilidade do maestro, podemos avaliar este catedrático da música que é JOSÉ EVARISTO NUNES.

O estudante deseja neste momento reiterar as honrarias justas e obrigatórias à Sociedade Musical Estrela do Oriente, à seus músicos, diretoria e regente.

Podemos afiançar com segurança que dentro de nossos corações há um lugar reservado a tributação de JOSÉ EVARISTO NUNES, pela subserviência a arte da música, dessa linguagem universal da sublimidade, da alegria e da paz.

Rudney Otto Pfützenreuter

Família - Otto Pfützenreuter

Carta resposta de Rui ao Avô Otto
Porto Alegre, em 18 de maio de 1964
Estimado avô Otto

Sensibilizado com o recebimento de vossa carta, e honrado com suas palavras confortantes e estimuladoras, busco agora respondê-la a altura do respeito que possuo por vós.

Sem exagerar devo dizer ao meu avô que aquela compreensão e simplicidade em sua missiva, não são adquiridas tão facilmente. São resultados de convicções pessoais e de íntegra personalidade obtidas pelo indivíduo – nas circunstâncias e no controle de sua índole – e eu, por mais estudos que obtenha, dificilmente alcançarei esta posição de invejável simplicidade, compreensão e personalidade, tão nítidas no comportamento do meu avô, dos quais me ufano e vanglorio.

Meu avô, nós nos encontramos em duas posições diferentes atualmente, impulsionados pela situação histórica do meu e do vosso momento. De vosso lado tudo é paz: as armas foram recolhidas, as tensões vencidas, os obstáculos transpostos, o caminho percorrido, missão cumprida. A geração que o senhor simboliza venceu e está realizada. Se formos medir vossa vida – cujo padrão e o cumprimento dos deveres foram exigidos pela história – constataremos e provaremos a afirmação de que as tarefas foram cumpridas. O senhor já ultrapassou o último ponto que o padrão comparativo pode medir. Do outro lado estou eu, o neto do avô que se realizou. Impõe-me agora o cumprimento do meu dever no momento histórico: desempenhar as missões reclamadas pelas necessidades da presente sociedade. Qual é o meu dever?

Seria ignorância minha falar que o meu dever é diferente do dever que foi cumprido pelo senhor. Mas, no entanto, existe uma diferença. Para o sustento de seus filhos, meu pai e tios, o senhor trabalhou e esmerou-se com muito sacrifício para, além de transmitir vossos conhecimentos e experiência, conseguir dar um estudo no máximo de primário, do elementar. Já os seus filhos, graças aos ensinamentos herdados, puderam dar aos seus filhos a distinção do ensino mais avançado. Hoje, quando tributo homenagens aos que permitiram esta posição que atualmente ocupo, não posso esquecer meus avós. Foram eles que construíram a primeira pedra, deram a primeira caminhada. Quantos sacrifícios, quanta gente deu duro para que hoje desfrutasse do privilégio de cursar o ensino superior, freqüentar a universidade. E, meu avô, são pouquíssimos os jovens que atingem as faculdades. Raros são os estudantes que serão universitários. Não que deva ser assim, universidade só para filhos de gente de bem, mas é porque está tudo errado no ensino. Veja só meu avô: quem são os filhos de Orleans que gozam do ensino universitário? Na nossa família sou um dos poucos. E os filhos dos marceneiros, dos empregados, dos alfaiates, dos pobres mineiros? Que responsabilidade a minha: estou representando milhares de jovens orleanenses que me aguardam, esperando de mim a colocação dos meus conhecimentos aos serviços da coletividade. Essa minha retribuição, aos operários e agricultores que sustentam o ensino gratuito da universidade, aumenta muito mais quando me vejo dentro do curso de Jornalismo e de Sociologia e Política. Não permita a minha consciência honesta que as minhas atividades após o término dos cursos universitários estejam voltados só para mim. Não seria jogar tudo fora, queimar o repertório de bens comuns que o senhor, meu pai e meus contemporâneos me ajudaram e ergueram até o máximo de suas possibilidades? Na hora difícil da política brasileira estou trabalhando, fiel a minha responsabilidade. No futuro, a juventude que viverá integralmente a moralidade de uma existência social, saberá agradecer a resignação, as perseguições, os sacrifícios que a juventude de hoje experimenta com cabeça erguida para permitir que a do futuro viverá melhor.

Por isso, meus avós, sempre reconhecerei o vosso papel e em todas as oportunidades agradecerei com muito amor e sacrifícios que vocês todos fizeram para nós, para a juventude presente. A nossa retribuição é o nosso próprio esforço para a feliz continuidade das juventudes futuras, das novas gerações da posteridade.

Finalizando aproveito para enviar abraços aos demais parentes, ao tio Paulo, tio Pompílio, tia Nelly, tia Emília, aos primos e amigos.

Com suas bênçãos, despeço-me
(ass) Rui.
Olivio de Lorenzi Cancelier - Recordando o passado

RECORDANDO O PASSADO

Quem for ao Cartório de Registro Civil em Orleans, para tirar uma certidão de qualquer casamento realizado a partir de sessenta anos atrás e durante os trinta anos subseqüentes, haverá de deparar, na mesma certidão os dizeres: “matrimônio de fulano e fulana contraído perante o Juiz de Paz Otto Pfützenreuter e as testemunhas fulano e fulano”. Mas, poucas pessoas com menos de trinta anos de idade sabem quem foi Otto Pfützenreuter. E foi justamente por esta razão que resolvi escrever estas linhas a fim de registrar, resumidamente, os dados biográficos deste cidadão orleanense, valendo-me de informações que me foram prestadas por seu filho Osvaldo (Vadico) e de fatos que são do meu conhecimento por tê-los presenciado por mais de trinta anos.

Otto Pfützenreuter nasceu na cidade de Joinville, SC, em 5 de junho de 1883, era filho de Henrique Felipe Pfützenreuter e de Margarida Koebler Pfützenreuter, estes, imigrantes procedentes da Alemanha. Tendo ficado órfão de pai e mãe aos oito anos de idade, foi criado por uma tia, irmã de seu falecido pai, chamada Emilia Pfützenreuter Moelmann, que era viúva e que posteriormente casou com o professor Francisco Bonifácia da Trindade Pereira Maia. Conhecia Orleans desde 1893. Em 1908, sendo empregado da firma Moelmann & Cia. de Florianópolis, e o professor Maia, que lecionava em Orleans, teve necessidade de se afastar e seguir para o Rio de Janeiro a fim de se submeter a tratamento de saúde, Otto foi indicado para substituí-lo. Lecionou também como professor particular durante algum tempo. Mais tarde deixou o magistério e estabeleceu-se em Orleans com casa comercial de fazendas e gêneros alimentícios. Exerceu o cargo de Chefe Escolar (equivalente ao de Inspetor, mas sem remuneração), sendo nomeado para esse cargo pelo Dr. Antonio Bulcão Viana em 21 de junho de 1926. Viajava a cavalo, em época de exame nas escolas, no interior do município de Orleans que naquele tempo abrangia também Grão Pará e Lauro Muller, às vezes acompanhado do Inspetor Escolar que vinha de Florianópolis. Exerceu o cargo de Juiz de Paz por muitos anos e em várias oportunidades, o cargo de Juiz de Direito substituto. Em 1936 foi eleito prefeito municipal de Orleans, permanecendo à frente da administração orleanense até o fim de 1937, quando foi exonerado em virtude de ter sido implantado no Brasil o chamado “Estado Novo”. Durante seu mandato como prefeito de Orleans realizou vários melhoramentos de vulto, dentre os quais implantação e inauguração da rede de iluminação elétrica da cidade e a contratação da construção do Hospital Municipal de Orleans pela importância de 96;000$000 (noventa e seis contos). Possuía diplomas de sócio Benemérito do Clube 14 de Junho, do Clube União Orleanense, de Sócio Honorário do Centro Catarinense do Rio Grande do Sul em Porto Alegre e de Vereador de Orleans. Era casado com Dona Ermelina Minatti Pfützenreuter, com a qual teve os seguintes filhos: Paulo (falecido) que foi funcionário da Prefeitura de Orleans durante trinta anos; Osvaldo, funcionário público federal aposentado; Emília, funcionária estadual; Oscar (falecido); Nelly, Carmen e Rute.

Otto Pfützenreuter possuía regular cultura e além do português falava, lia e escrevia também em alemão e era perfeito calígrafo pelo que se pode constatar de documentos e de sua correspondência. Como Juiz de Paz era de espírito Conciliador, aconselhando e promovendo sempre o apaziguamento. Pena é que esteja relegado ao esquecimento, enquanto outros que nem eram daqui e por aqui só passaram fugazmente, nada tendo a ver com a vida, a tradição e a história desta terra, estão sendo lembrados e homenageados.

Faleceu em 26/02/1965.

Olívio de Lorenzi Cancelier

(Fonte: FOLHA DA SEMANA, de 31/05/1980)

Neto de Vadico lança livro
Histórias e um universitário
F. M. P
fützenreuter 
 
“Histórias de um universitário” é uma coletânea de contos do gênero autoficção, o que significa que suas histórias são o resultado de uma fusão entre ficção e experiências vivenciadas pelo autor ao longo de sua trajetória acadêmica, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ao Instituto Federal do Paraná (IFPR). Uma grande novidade desta obra fica por conta da sua apresentação inspirada nos encartes de CDs de bandas de rock. Sob essa influência, o livro conta com fotografias ilustrando as histórias dos contos e as cenas que inspiraram o autor a escrevê-las. Viagens para o campus, amizades, paqueras, militância política, adversidades e mistério. Vivencie todas essas experiências por meio dos personagens e das histórias dessa moderna e cativante coletânea de F. M. Pfützenreuter.


ISBN: 978-85-5507-360-1
Páginas: 118
Edição: 1ª 
Ano Publicação: 2016
Apresentação: Brochura 
Formato: 14,8 x 21cms

 

O livro pode ser adquirido por esse link.

Falecimento de Alexandre Ibrahim Direne, genro de Vadico

Família querida, nosso estimado Xandi acaba de partir. Seu bondoso e forte coração parou há pouco. Felizmente, ele partiu na santa paz de Deus, de forma serena, sem nenhum tipo de sofrimento. A vida para pessoas especiais como o padrinho não acaba com a morte do corpo. Precisamos ter consciência disso. Sua alma estará na companhia de Deus, do Seu Alexandre, do vô Vadico, da vó Leoni, do tio Rui e de tantas outras pessoas pelas quais ele prezava e que já estavam no Reino de Deus à sua espera. Sua energia vital ficará entre nós, zelando-nos e iluminando o caminho do bem para que este seja sempre a nossa escolha, assim como sempre foi a dele. Ele também estará vivo em cada um de nós, pois o seu exemplo de vida foi uma verdadeira escola, na qual aprendemos a ser mais solidários uns com os outros, a tratar todos a nossa volta com o mesmo respeito, a ajudar sem pedir nada em troca, a ser humilde em nossas conquistas e a colocá-las a serviço do próximo. O padrinho foi um verdadeiro anjo que passou pela Terra. É triste, dolorosamente triste, vê-lo partir assim de forma tão prematura, mas temos de agradecer a Deus por todo o tempo que lhe foi permitido estar aqui conosco. Eu enfrentaria essa mesma profunda tristeza mesmo que fosse para ter tido a oportunidade de conviver com ele apenas por alguns minutos. Quem teve a oportunidade de estar na presença do tio Xandi, ainda que dessa forma efêmera e breve, não o esquecerá jamais, porque ele tinha um poder sobre-humano para criar laços afetivos e humanitários. Que nossa tristeza seja passageira, pois ele merece ser lembrado da forma otimista, pacífica e alegre com a qual sempre encarou a vida. Eu tenho pensado nele todos os dias e assim continuarei, pois ele é a personificação do inesquecível. Te amamos, Padrinho! Descanse em paz. Obrigado por ter passado por nossas vidas e obrigado por ter lutado bravamente para nos dar uma prorrogação da tua existência.

De seu afilhado Filipe Marchioro Pfützenreuter.

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Meu querido tio e professor Xande,

Envio este e-mail para te entregar o resumo final referente ao encerramento da disciplina "Armazenamento de Dados" que me destes e que fiquei de te entregar pessoalmente mas não consegui.

Segue em anexo:

Para começar, é estranho pensar em ti com tristeza. Sei que a disciplina aqui no físico se encerrou hoje e eu não vou mais te encontrar nas aulas físicas para aprender. Mas para falar a verdade, nesse momento meu coração não tem acesso a esse vírus triste. O teu jeito de acariciar com as mãos a minha cabeça quando eu chegava -com aquelas doces batidinhas- como quem dizia sem se expressar em palavras, mas apenas com o brilho dos teus lindos olhos verdes:  "que bom que você veio, criança!" me vem a mente agora e isso não me leva a contaminação do sistema com o vírus tristeza, de forma alguma!  Eu só não sei se vou conseguir te repassar com esse resumo final todo o ensinamento que me repassastes nas tuas aulas e que ficaram aqui, guardados no meu HD. Mas vamos lá...

Eu acho que a dimensão do teu espírito é tão pura que é muito difícil te descrever. Na verdade, eu te agradeço porque não preciso ler algo a teu respeito, eu pude ouvir, sentir e processar na minha mente (por mais lento que possa ser o meu processador) a evolução que tu pertences. Confesso que não é fácil. Para um espírito puro e evoluído como o teu, com esse coração com milhões de GB, onde a bondade, os sentimentos e a generosidade fluem na mesma velocidade da luz, pode ser muito simples. Mas para mim, imperfeita e em complexo estado de armazenamento de dados no HD, demanda muitas aulas, muitas explicações e muitos exemplos práticos teus.

A classe a que tu pertences é única e praticamente inacessível. É uma superioridade moral, intelectual e absoluta, sem nenhuma influência da matéria. Já percorrestes todos os degraus da escala. Como alcançastes a soma da perfeição de que é suscetível a criatura, não precisas mais sofrer mais provas e nem expiações.

O teu espírito goza de inalterável felicidade porque não está sujeito nem às necessidades, nem aos vícios da vida material, nunca esteve! Essa felicidade, porém, não é a de uma ociosidade monótona. Tu és mensageiro e ministro de Deus, cujas ordens executa para a manutenção da harmonia universal.

Tu comandas todos os espíritos que são inferiores, ajuda-os a se aperfeiçoarem e designas as missões.  Tu assistes aos homens nas aflições, estimula-os ao bem ou à expiação das faltas que os mantêm distanciados da suprema felicidade.

Tu fostes designado pelo nome Alexandre, que tem como significado "protetor do homem", "defensor da humanidade".

Tio Xande, o meu CPU ainda está processando toda a informação. O carregamento é lento, me desculpa! O teu conteúdo é puro, da melhor qualidade, tu sabes disso, sem vírus! Apesar de eu não ser do teu sangue, da mesma marca do teu computador, pude receber a tua gentil troca de dados da mesma forma, sem distinção e com muito amor. Eu senti! E hoje, tentei fazer esse resumo final da melhor forma possível.

Mas quer saber a verdade? Não vou me importar nada se tu me deres 0,0 de nota porque terei a ENORME SATISFAÇÃO de ser tua aluna novamente. Eu me disponho a ouvir todo o teu ensinamento, faço todos os exercícios de novo e me dedico a refazer todo o armazenamento de dados.

Logo nos encontraremos inesquecível tio Xande, minha alma ainda está apta a fazer o download da tua informação. Até a próxima aula!

Com carinho, tua sobrinha e aluna-aprendiz

Rodrine Oening Pfützenreuter, sobrinha de Alexandre

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